O que não te contaram sobre ansiedade

Você provavelmente já sentiu ansiedade e sabe reconhecê-la quando determinada situação gera um frio na barriga, quando o coração dispara ou a boca seca. Você também sabe que está ansioso(a) quando uma expectativa se transforma em medo intenso, preocupação excessiva e pensamentos impossíveis de tirar da cabeça.

Todo mundo já sentiu, pois ansiedade é um estado emocional universal e inerente à experiência humana. Sentir-se ansioso antes de uma prova importante, em uma entrevista de emprego ou ao tomar uma decisão de grande impacto é uma resposta natural, fisiológica, e inclusive saudável. É uma resposta adaptativa ao stress vivenciado em situações percebidas como incerteza ou ameaça.

Para além das experiências cotidianas, a ansiedade pode sinalizar algo mais profundo, envolvendo dinâmicas subjetivas. É possível que algo atual esteja fazendo conexão com sofrimentos ou traumas do passado. Em outras palavras, a ansiedade, segundo a psicanálise, não é apenas sobre o futuro ou o que pode acontecer; ela também pode sinalizar traumas, inseguranças e desejos que estão guardados e não resolvidos.

E o que mais é preciso saber sobre ansiedade?

É importante aprender a distinguir quando a ansiedade ultrapassa alguns limiares e se torna patológica.

Ansiedade Normal x Ansiedade Patológica

Essa distinção importante é entre a ansiedade que é uma resposta funcional e adaptativa, e aquela que se torna patológica, prejudicando o bem-estar. A ansiedade normal é proporcional e temporária. Ela nos ajuda a estar atentos e prontos para agir, sendo um mecanismo importante de sobrevivência. Contudo, a ansiedade patológica é excessiva, desproporcional e persistente. Ela aparece em momentos inadequados, é difícil de controlar e afeta negativamente a vida pessoal, social e profissional.

A ansiedade patológica pode configurar transtornos como ansiedade generalizada (TAG), o transtorno de pânico e a fobia social, entre outros. Nestes casos, a ansiedade pode surgir sem motivo aparente, é intensa e acompanhada de sintomas físicos como palpitações, tremores, sudorese, e desconforto abdominal, além de pensamentos catastróficos.

E quando buscar um tratamento?

O tratamento da ansiedade é essencial quando ela gera sofrimento e interfere no dia a dia, quando deixa de ser uma reação momentânea a um evento específico e se torna uma constante. Isso significa que, se os sintomas ansiosos se tornaram frequentes, se intensificaram ou estão impedindo a pessoa de realizar tarefas cotidianas, é fundamental buscar ajuda.

Os tratamentos se dão com medicamentos, psicoterapia e mudanças de hábitos de vida. Ao contrário do que muitos pensam, o tratamento não é para sempre, é apenas por um período e costuma trazer ótimos resultados, restabelecendo o bem estar e a qualidade de vida.

Saber quando buscar ajuda é reconhecer que a ansiedade não precisa ser uma prisão e que é possível viver sem esse peso.

Conversar com um profissional e explorar a origem dos sentimentos ansiosos é um passo importante para transformá-los em autoconhecimento e obter alívio.

Há caminhos para acolher a própria complexidade emocional, aprendendo a lidar de forma saudável com o que está escondido e com o que ainda está por vir.

Se cuide!

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